segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Lendas do Piauí - Cabeça de cuia


CABEÇA-DE-CUIA

Crispim era um pescador que vivia da pesca nas águas do rio Parnaíba e habitava as suas margens, nas imediações em que o rio recebe as águas do Poti, zona norte de Teresina. Morava com a mãe, já velha e adoentada. Cetra vez, depois de passar um dia inteiro sem nada conseguir pescar, Crispim volta para casa cheio de frustração e revolta. Pede à mãe alguma coisa para comer, e esta lhe serve o que tinha: uma rala sopa de osso. Irritado, Crispim grita que aquilo é comida para cachorro, e em seguida pega o osso e parte para cima da mãe, atingindo-a várias vezes. Desesperado, o pescador sai correndo porta afora e joga-se nas águas do rio, enquanto a mãe, agonizando, lança-lhe uma maldição: haverá de se transformar em um terrível monstro, que só descansará quando lhe forem sacrificadas sete  virgens chamadas Maria.

Crispim se transforma no Cabeça-de-Cuia, que surge do fundo das águas para assustar as lavadeiras e ameaçar os pescadores que pesquem em excesso, além do que precisam. Dizem que, durante a noite, o Cabeça-de-Cuia se transforma num velho e sai vagando pelas ruas de Teresina.




Cabeça-de-Cuia
Letra e música: Pedro Silva

Remeiro valente do rio Parnaíba
Que rema a canoa pra baixo e pra riba
Que brinca com a morte e tem pouca sorte
Desprezando a vida contente a lidar

Remeiro valente lá do meu sertão
Que afronta a torrente e sorri do trovão
Que rompe o balseiro no mês de janeiro
Nas grandes enchentes que descem pro mar

Já viste o cabeça-se-cuia apontar
No meio do rio e depois afundar?
É o filho maldito por pragas aflito
Castigo tremendo que a lenda sagrou

Se vires um dia a cujuba surgir
No meu do rio e depois imergir
Não é ilusão, é assombração
A alma maldita, Crispim pescador


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